APOIO BEM-VINDO
Chegar em casa cansado do trabalho e ainda ter que resolver os problemas domésticos é complicado. Quando se é pai ou mãe, então, outro compromisso completa a rotina diária: apoiar e acompanhar os filhos na realização da lição de casa. Diante de cadernos, apostilas e livros, muitos se perguntam se realmente é necessário o esforço. Mas acredite: auxiliar nas tarefas é fundamental para o bom desenvolvimento do aprendizado dos pequenos. Educadores apontam que o primeiro e grande benefício do estudo no lar é, justamente, a aproximação de pais e filhos num momento crucial para o desenvolvimento do conteúdo que está sendo ministrado.
“A participação dos pais é muito importante. A criança sente-se apoiada, realiza as lições com mais segurança e, inevitavelmente, vai consolidando o saber, resultado que constatamos em sala de aula”, afirma a coordenadora pedagógica do Colégio Passionista Santa Maria, Maria Fernanda Pinheiro.
A coordenadora pedagógica do Colégio Souza Brasil, Cláudia Nascimento, tem igual entendimento. “Esse momento, que é também uma forma de carinho, é importantíssimo para trazer segurança à criança, para que lá na sala e aula, quando a relação é só com o professor, ela sinta que tem o apoio necessário em cada etapa de sua vida escolar, ressalta, completando que a participação é bem-vinda mesmo nos casos em que os alunos estudam em tempo integral e, normalmente, fazem os deveres na escola.
Além do ganho nos aspectos emocional e psicológico, a lição de casa, quando acompanhada de perto pela família, reforça os elementos inerentes ao aprendizado: ajuda a fixar melhor o conteúdo apresentado em sala, eleva o nível de entendimento dos temas trabalhados, propicia o raciocínio crítico, incentiva a autonomia e a responsabilidade e desperta para a necessidade de se ter uma organização e uma rotina voltadas para o estudo. Todas essas habilidades serão carregadas pela vida adulta.
Em poucas palavras Adelina Barbosa Eleutério, coordenadora geral da Escola Presidente Kennedy, define a função dos exercícios propostos para a casa: “Retomar e reforçar os conteúdos apresentados em classe, identificar dúvidas, pesquisar, enfrentar desafios, desenvolver senso de responsabilidade e formar hábito de estudo autônomo”.
FASES DIFERENTES
A participação dos pais nesse processo tem significados diferentes em cada fase escolar. Portanto, a intensidade também se modifica com o tempo.
Segundo Maria Fernanda, as crianças menores exigem uma atenção diferenciada. Nesse período, além dos pais acompanharem mais efetivamente as lições, é importante também construir com elas a rotina de estudo: horário definido, ambiente calmo e organizado e material à disposição. “Toda criança é curiosa, encanta-se com o mundo, com a natureza, com o funcionamento das coisas. É nessa direção que os pais devem atuar, ou seja, incentivando, motivando, ouvindo. Deve ser um momento não de cobranças, mas prazeroso, de acompanhamento e construção de hábitos que perdurarão por toda a vida”, diz a coordenadora do Passionista.
Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I , as crianças ainda necessitam de alguém para organizar os horários: “É preciso distribuir o tempo para brincar, fazer lição, tomar banho e alimentar-se. São os pais que ajudam nesse processo”, pondera Adelina.
Em relação aos adolescentes, esse percurso inicial já está consolidado ou em progressivo desenvolvimento. “No Fundamental II e Ensino Médio, o aluno já tem capacidade maior de organização e pode estabelecer uma rotina sozinho, mas, ainda assim, é importante o monitoramento dos pais”, afirma a educadora do Kennedy.
Segundo Maria Fernanda, também nessa etapa é primordial o filho saber que pode contar com a família. Em caso de adolescentes que ainda não alcançaram a independência, vale um acompanhamento mais pontual, diário e sistematizado, sempre na perspectiva do jovem crescer em responsabilidade.
Quando e como parar de ajudar? Para a coordenadora pedagógica do Souza Brasil, essa percepção se dá de forma natural. Em uma relação pautada pelo diálogo e parceria, os pais conseguem perceber quando o filho já não necessita mais desse apoio tão direcionado e contínuo. “Não há uma regra. O próprio adolescente vai se desvencilhando e já não solicita tanta ajuda”, afirma Cláudia.
O Colégio Passionista faz questão de orientar os pais nesse processo, por meio de encontros de educadores e familiares. A equipe pedagógica se coloca à disposição para diálogos, trocas e orientações frequentes. E esse espaço aberto deve ser mesmo valorizado pelos responsáveis. Ao acompanharem as lições, eles conseguem perceber se os filhos estão aprendendo o que deveriam durante o decorrer do ano. Ao menor sinal de que as dúvidas estão se acumulando, é hora de procurar ajuda da escola.
Se ainda assim houver dúvidas, veja, a seguir, algumas orientações sobre como ajudar no dever:
· Aproveite a hora da lição para mostrar como tudo que a criança está vendo na escola tem relação com o cotidiano. Vale reportagens no telejornal ou eventos na rua, bairro ou cidade. Quando isso acontece, o aprender passa a ter significado, a ser algo gostoso, estimulante.
· Valorize a hora da lição e crie um ambiente motivador e favorável ao aprendizado. Verifique a temperatura do ambiente, a iluminação e a ventilação. A criança deve se sentir confortável. Desligue a televisão e tente eliminar – ou diminuir – outros sons que atrapalhem a concentração.
· Ajude seu filho a organizar por qual matéria começar. Se ele quer decidir isso sozinho, dê essa autonomia a ele.
· Definam juntos como será a rotina para a lição, onde será feita, em qual horário, etc. Deixe que ele explique suas preferências e, se possível, seja flexível.
· Analise a disposição dele para as tarefas. Ou seja, não adianta forçar se ele estiver cansado, com fome ou irritado.
· Confira se todo o material necessário está disponível.
· Observe se seu filho sabe o que tem de ser feito. Coloque-se à disposição para ajuda-lo se for preciso.
· Em caso de dúvidas, auxilie, mas não responda por ele. Proponha que procure exemplos parecidos no livro e no caderno. Instigue-o a pensar sobre o assunto até que chegue à própria conclusão.
· Olhar a lição de novo depois de terminada é uma boa prática. Caso encontre respostas incorretas e perceba que ele tem condição de localizar o erro, estimule-o a fazer isso.
· Elogie os acertos e não fique irritada com os erros. Pergunte se, com a correção do professor, ele entendeu por que errou determinado exercício. Se a resposta for negativa, estimule-o a tirar dúvidas diretamente com o professor. E acompanhe.
· Procure a escola e o professor em caso de dificuldades frequentes. Se a lição foi passada, é porque o professor já explicou aquele conteúdo. Se seu filho sempre tem problemas, é um sinal de alerta, que deve ser investigado.
“DEVE SER UM MOMENTO NÃO DE COBRANÇAS, MAS DE CONSTRUÇÃO DE HÁBITOS QUE PERDURARÃO POR TODA A VIDA”.
Maria Fernanda Pinheiro
Coordenadora Pedagógica do Colégio Passionista Santa Maria
FONTE: AT Revista
Ano 9 - Ed. 465
27 de Outubro de 2013
APOIO BEM-VINDO
Chegar em casa cansado do trabalho e ainda ter que resolver os problemas domésticos é complicado. Quando se é pai ou mãe, então, outro compromisso completa a rotina diária: apoiar e acompanhar os filhos na realização da lição de casa. Diante de cadernos, apostilas e livros, muitos se perguntam se realmente é necessário o esforço. Mas acredite: auxiliar nas tarefas é fundamental para o bom desenvolvimento do aprendizado dos pequenos. Educadores apontam que o primeiro e grande benefício do estudo no lar é, justamente, a aproximação de pais e filhos num momento crucial para o desenvolvimento do conteúdo que está sendo ministrado.
“A participação dos pais é muito importante. A criança sente-se apoiada, realiza as lições com mais segurança e, inevitavelmente, vai consolidando o saber, resultado que constatamos em sala de aula”, afirma a coordenadora pedagógica do Colégio Passionista Santa Maria, Maria Fernanda Pinheiro.
A coordenadora pedagógica do Colégio Souza Brasil, Cláudia Nascimento, tem igual entendimento. “Esse momento, que é também uma forma de carinho, é importantíssimo para trazer segurança à criança, para que lá na sala e aula, quando a relação é só com o professor, ela sinta que tem o apoio necessário em cada etapa de sua vida escolar, ressalta, completando que a participação é bem-vinda mesmo nos casos em que os alunos estudam em tempo integral e, normalmente, fazem os deveres na escola.
Além do ganho nos aspectos emocional e psicológico, a lição de casa, quando acompanhada de perto pela família, reforça os elementos inerentes ao aprendizado: ajuda a fixar melhor o conteúdo apresentado em sala, eleva o nível de entendimento dos temas trabalhados, propicia o raciocínio crítico, incentiva a autonomia e a responsabilidade e desperta para a necessidade de se ter uma organização e uma rotina voltadas para o estudo. Todas essas habilidades serão carregadas pela vida adulta.
Em poucas palavras Adelina Barbosa Eleutério, coordenadora geral da Escola Presidente Kennedy, define a função dos exercícios propostos para a casa: “Retomar e reforçar os conteúdos apresentados em classe, identificar dúvidas, pesquisar, enfrentar desafios, desenvolver senso de responsabilidade e formar hábito de estudo autônomo”.
FASES DIFERENTES
A participação dos pais nesse processo tem significados diferentes em cada fase escolar. Portanto, a intensidade também se modifica com o tempo.
Segundo Maria Fernanda, as crianças menores exigem uma atenção diferenciada. Nesse período, além dos pais acompanharem mais efetivamente as lições, é importante também construir com elas a rotina de estudo: horário definido, ambiente calmo e organizado e material à disposição. “Toda criança é curiosa, encanta-se com o mundo, com a natureza, com o funcionamento das coisas. É nessa direção que os pais devem atuar, ou seja, incentivando, motivando, ouvindo. Deve ser um momento não de cobranças, mas prazeroso, de acompanhamento e construção de hábitos que perdurarão por toda a vida”, diz a coordenadora do Passionista.
Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I , as crianças ainda necessitam de alguém para organizar os horários: “É preciso distribuir o tempo para brincar, fazer lição, tomar banho e alimentar-se. São os pais que ajudam nesse processo”, pondera Adelina.
Em relação aos adolescentes, esse percurso inicial já está consolidado ou em progressivo desenvolvimento. “No Fundamental II e Ensino Médio, o aluno já tem capacidade maior de organização e pode estabelecer uma rotina sozinho, mas, ainda assim, é importante o monitoramento dos pais”, afirma a educadora do Kennedy.
Segundo Maria Fernanda, também nessa etapa é primordial o filho saber que pode contar com a família. Em caso de adolescentes que ainda não alcançaram a independência, vale um acompanhamento mais pontual, diário e sistematizado, sempre na perspectiva do jovem crescer em responsabilidade.
Quando e como parar de ajudar? Para a coordenadora pedagógica do Souza Brasil, essa percepção se dá de forma natural. Em uma relação pautada pelo diálogo e parceria, os pais conseguem perceber quando o filho já não necessita mais desse apoio tão direcionado e contínuo. “Não há uma regra. O próprio adolescente vai se desvencilhando e já não solicita tanta ajuda”, afirma Cláudia.
O Colégio Passionista faz questão de orientar os pais nesse processo, por meio de encontros de educadores e familiares. A equipe pedagógica se coloca à disposição para diálogos, trocas e orientações frequentes. E esse espaço aberto deve ser mesmo valorizado pelos responsáveis. Ao acompanharem as lições, eles conseguem perceber se os filhos estão aprendendo o que deveriam durante o decorrer do ano. Ao menor sinal de que as dúvidas estão se acumulando, é hora de procurar ajuda da escola.
Se ainda assim houver dúvidas, veja, a seguir, algumas orientações sobre como ajudar no dever:
· Aproveite a hora da lição para mostrar como tudo que a criança está vendo na escola tem relação com o cotidiano. Vale reportagens no telejornal ou eventos na rua, bairro ou cidade. Quando isso acontece, o aprender passa a ter significado, a ser algo gostoso, estimulante.
· Valorize a hora da lição e crie um ambiente motivador e favorável ao aprendizado. Verifique a temperatura do ambiente, a iluminação e a ventilação. A criança deve se sentir confortável. Desligue a televisão e tente eliminar – ou diminuir – outros sons que atrapalhem a concentração.
· Ajude seu filho a organizar por qual matéria começar. Se ele quer decidir isso sozinho, dê essa autonomia a ele.
· Definam juntos como será a rotina para a lição, onde será feita, em qual horário, etc. Deixe que ele explique suas preferências e, se possível, seja flexível.
· Analise a disposição dele para as tarefas. Ou seja, não adianta forçar se ele estiver cansado, com fome ou irritado.
· Confira se todo o material necessário está disponível.
· Observe se seu filho sabe o que tem de ser feito. Coloque-se à disposição para ajuda-lo se for preciso.
· Em caso de dúvidas, auxilie, mas não responda por ele. Proponha que procure exemplos parecidos no livro e no caderno. Instigue-o a pensar sobre o assunto até que chegue à própria conclusão.
· Olhar a lição de novo depois de terminada é uma boa prática. Caso encontre respostas incorretas e perceba que ele tem condição de localizar o erro, estimule-o a fazer isso.
· Elogie os acertos e não fique irritada com os erros. Pergunte se, com a correção do professor, ele entendeu por que errou determinado exercício. Se a resposta for negativa, estimule-o a tirar dúvidas diretamente com o professor. E acompanhe.
· Procure a escola e o professor em caso de dificuldades frequentes. Se a lição foi passada, é porque o professor já explicou aquele conteúdo. Se seu filho sempre tem problemas, é um sinal de alerta, que deve ser investigado.
“DEVE SER UM MOMENTO NÃO DE COBRANÇAS, MAS DE CONSTRUÇÃO DE HÁBITOS QUE PERDURARÃO POR TODA A VIDA”.
Maria Fernanda Pinheiro
Coordenadora Pedagógica do Colégio Passionista Santa Maria
FONTE: AT Revista
Ano 9 - Ed. 465
27 de Outubro de 2013